Os Pais e o comer bem…

As questões ligadas à alimentação em geral estão a tornar-se um tema muito importante, em especial nos países mais desenvolvidos.
A indústria alimentar exagera, atualmente, na introdução de aditivos, corantes e conservantes artificiais, que raramente beneficiam a qualidade dos alimentos. Os alimentos, por sua vez, passaram a sofrer processamentos e transformações que tornam alguns já bem distantes do produto original...
No entanto, no que diz respeito à alimentação das crianças, os adultos e, em particular, os pais, têm uma grande responsabilidade na educação alimentar dos filhos, mesmo com o risco de "irem contra a corrente".
Não é fácil educar o paladar das crianças, nem é fácil fazer com que gostem de alguns alimentos, eventualmente menos "saborosos ou açucarados" do que os comercialmente processados e mais "populares" entre os pequenos.
Contudo, atenção: não se pode exigir às crianças o que elas não virem os pais fazer. Se quer corrigir os hábitos alimentares dos seus filhos terá de ter a coragem de alterar os seus!

Então, pense no seguinte:

1 - São os pais que decidem o que se come
Quem faz as compras são os pais, e a educação alimentar pode começar aí. Resista à tentação (na maior parte das vezes) de comprar guloseimas, sejam elas "salgadas" ou "doces".
Prefira produtos frescos e envolva as crianças na confeção das refeições.
2 - De pequenino...
O paladar deve educar-se desde a infância. Não cometa o erro de achar que o seu filho não gosta dos alimentos de que você (os pais ou avós) não gostam. É essencial variar sabores, experimentar comidas novas e diferentes formas de confeção.
Estimule o gosto pela variedade.
Não "obrigue" a gostar, mas force o provar, em pequeninas porções.
3 - Beber também conta
As bebidas gaseificadas, por muito saborosas que sejam (têm grandes quantidades de açúcar, disfarçado pela gaseificação) possuem um baixo valor alimentar e muitas calorias. Prefira sumos naturais, ou... água. E deixe essas bebidas apenas para situações esporádicas.
4 - Ponham-se os doces no lugar...
Um docinho, de vez em quando, não faz mal. Guloseimas antes das refeições ou quando se tem fome, em vez de uma refeição ou lanche nutritivo, não são boa ideia.
Não façamos dos doces o objectivo da alimentação. Nem devem ser recompensas ou "soluções" para evitar problemas (birras...).
5 - A comida não é amor...
Por muito que a alimentação seja mais um meio de exprimir afecto, ela deve ser, antes de mais, um meio de promover a vida saudável.
Há muitas maneiras de mostrar a alguém que se lhe tem afecto. Não é preciso oferecer sempre as comidinhas preferidas e os docinhos favoritos.
Gostar de alguém é também zelar pela saúde e a comida não é prémio.
6 - Dar o exemplo
As crianças imitam os adultos. Não lhes exija o que não consegue fazer (seja provar, comer ou escolher um alimento). Aproveite cada oportunidade para se educar os hábitos alimentares.
7 - Comer é "estar com"
A origem do verbo "comer" significa "estar com" (cum essere). Esteja com os outros enquanto come. Não esteja com a televisão. Conte coisas, experiências, converse. Não faça do acto de comer o centro da refeição; faça do acto de comer um espaço para "estar com", enquanto... come.

Estar em família!