Apesar de mencionada desde a Antiguidade, a dor de cabeça é uma queixa pouco valorizada quando é a criança que a refere. Apenas nos últimos trinta anos é que a dor de cabeça passou a ser estudada com mais profundidade na criança. Hoje sabe-se que pode causar sofrimento físico e emocional, além de interferir negativamente no desempenho das diversas actividades quotidianas. Existem várias causas que determinam a dor de cabeça: - doenças como a gripe, a sinusite, a otite, a meningite ou a encefalite; - doenças endócrinas, doenças vasculares, hipertensão arterial, alterações oculares e anormalidades na articulação temporo-mandibular. Há um tipo especial de dor de cabeça, a enxaqueca, que apresenta características particulares. A maioria dos casos de enxaqueca tem início na infância ou na adolescência, sendo mais predominante no sexo feminino. A enxaqueca é uma doença familiar. Crê-se, portanto, que tem uma componente genética. São vários os factores que podem desencadear a enxaqueca: a ingestão de certos alimentos (chocolate, queijos "fortes"...), o consumo de bebidas alcoólicas, determinados cheiros (tintas, resinas, solventes, perfumes, entre outros), modificações dos hábitos de sono, bem como episódios de stress emocional. Dada a variedade de factores que podem despoletar as manifestações da enxaqueca, nem sempre é fácil para o paciente identificar a causa. Acompanhando o quadro de dor, podem surgir outros sintomas: náuseas, vómitos, intolerância à luz e aos ruídos, tonturas, sonolência e alterações do humor. As primeiras manifestações da enxaqueca aparecem nos primeiros anos de vida, traduzidas em vómitos periódicos sem causa aparente, dores abdominais cíclicas e crises de vertigem. Como os vómitos, as dores abdominais e até as intolerâncias alimentares, são sintomas comuns a muitas outras doenças o diagnóstico da enxaqueca não é comum. O diagnóstico precoce e a orientação terapêutica adequada são de especial importância para o alívio dos sintomas. O quadro de dor que tanto sofrimento causa à criança é um gerador de ansiedade, bem como de depressão. Além disso, a dor interfere nas actividades quotidianas e acarreta frequentes interrupções das actividades físicas, académicas e de lazer. O tratamento recomendado na fase aguda é a administração de analgésicos prescritos e repouso. Caso as crises se manifestem com certa periodicidade, ou seja, três a quatro vezes por mês, o tratamento profiláctico será o mais indicado. A orientação psicológica, as técnicas de relaxamento, a reorganização dos horários de sono, a revisão da agenda das actividades diárias, bem como dos hábitos alimentares, são medidas importantes para controlar /atenuar o quadro de enxaqueca. A avaliação especializada, feita por um neurologista infantil, é de importância fundamental. |
Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola EB1/JI de Cabanões - Avintes
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Dor de cabeça: quando afecta a criança
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